Autores: Julia Teles Triglia Pinto, Gabrielle Menegucci, Paulo Borini, Fábio Triglia Pinto
RESUMO
Extratos da Cannabis sativa têm sido utilizados no tratamento de várias doenças, bem como, no alívio de sintomas de doenças. Os principais princípios ativos da planta são o Delta-9-Tetrahidrocanabidiol e o Canabidiol. O glaucoma é um conjunto amplo de doenças de diversas etiologias, mas com alterações estruturais e sintomas clínicos semelhantes – aumento da pressão intraocular, aumento da escavação, atrofia de nervo óptico e perdas campimétricas características. Os canabinóides, tanto por via oral, aplicação tópica ocular ou aspirados, reduzem a pressão intraocular e tem o potencial de se tornar uma opção para o tratamento do glaucoma. As propriedades medicinais dos canabinóides derivam de suas interações específicas com o sistema endocanabinóide. A maioria dos estudos realizados mostram que os canabinoides em geral, naturais ou sintéticos, e a maconha medicinal em particular, reduzem a pressão intraocular por período de curta duração, o que determina a necessidade de repetição frequente das doses e, por isso, o consumo de grande quantidade diária de canabinóides com decorrente aumento da ocorrência de efeitos colaterais e adversos, além de dependência física e psíquica. A conclusão dessa revisão é que o assunto necessita de mais estudos sobre variadas particularidades: doses terapêuticas eficazes para as diferentes doenças, dose tóxica, frequência e quantidade de uso e questões de biodisponibilidade das diversas preparações dos extratos. A Sociedade Americana de Glaucoma e a Sociedade Canadense de Oftalmologia não apoiam o uso da maconha para tratamento do glaucoma.
Palavras-chave: Maconha, Cannabis, Cannabis medicinal, Maconha medicinal, Glaucoma.
Publicado por: Brazilian Journal of health Review
Artigo na íntegra: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/article/view/19642/15738